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"Tio Abilio, tenho algo para te mostrar!" Foi com essas palavras que Antonela, uma menina de apenas 7 anos, se aproximou de mim em um dia comum na fazenda. Sem hesitar, decidi acompanhar a pequena Antonela até o que ela chamava de 'surpresa'. O que eu não sabia era que essa surpresa se transformaria em uma profunda reflexão sobre o valor do tempo e a importância dos pequenos gestos.
A surpresa de Antonela era um banco simples e rústico, feito de madeira. A madeira, proveniente da própria fazenda onde ela e sua família vivem, havia sido transformada em um objeto de grande significado. Ao me posicionar diante do banco, ouvi a vozinha de Antonela dizer: "meu pai construiu este banco para eu esperar o ônibus da escola". Aquelas palavras, tão simples e inocentes, acenderam em mim uma reflexão profunda e uma emoção intensa.
Geralmente, os pais não têm tempo para construir um banco para seus filhos. Mas aqui, o 'banco' é mais do que apenas um objeto; é uma metáfora para qualquer ato que signifique dedicar um tempo para fazer algo por um filho ou uma filha. Um tempo que, com o passar dos anos, fará toda a diferença na vida de uma criança.
Olhando para o horizonte, vi um trator de colheita. A máquina, símbolo do trabalho árduo e da vida na fazenda, contrastava com a simplicidade do banco de madeira. Comecei a ponderar sobre o verdadeiro valor do banco e da máquina ao longo do tempo. O que seria mais valioso? A máquina que ajuda a família a sustentar-se ou o banco que representa o amor e a dedicação de um pai?
Rapidamente, percebi que estava na presença de uma criança que estava desfrutando de algo verdadeiramente precioso. O banco de madeira, mais do que um lugar para esperar o ônibus da escola, era um símbolo do amor paternal, da dedicação e do tempo que Antonela recebera de seu pai. E isso, sem dúvida, é algo inestimável.
Este episódio na fazenda me ensinou uma lição valiosa: o tempo que dedicamos aos nossos filhos, os pequenos gestos de amor e cuidado, são os presentes mais valiosos que podemos oferecer. Eles são a verdadeira riqueza, o verdadeiro valor, que perdura ao longo do tempo.
O que mais eu poderia dizer a esse "pai", senão: Continue a fazer bancos para sua filha!
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