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A crescente demanda por satélites e a evolução da tecnologia espacial têm levado a um aumento significativo no número de objetos orbitais ao redor da Terra. Um estudo recente, divulgado na prestigiada revista Science, trouxe à tona um dado alarmante: mais de um milhão de satélites estão programados para serem lançados na órbita baixa da Terra (LEO). Esta região, situada abaixo dos dois mil quilômetros de altitude, já é lar de dezenas de milhares de objetos, e o cenário pode ficar ainda mais congestionado.
A pesquisa foi conduzida por especialistas da Universidade British Columbia, em Vancouver, Canadá. Eles analisaram dados recentes da União Internacional de Telecomunicações (UIT), órgão das Nações Unidas responsável pela concessão de licenças para a instalação de satélites. O que descobriram foi surpreendente: os futuros satélites, solicitados por diversas nações, estão agrupados em impressionantes 300 megaconstelações. Se todos fossem efetivamente lançados, o número de satélites em funcionamento aumentaria em 115 vezes.
Mas, por trás desses números, há uma questão intrigante. Muitos dos registros na UIT superam, e muito, o número de satélites que as empresas e governos realmente pretendem lançar. Isso sugere uma estratégia de inflar propositalmente as propostas, possivelmente para capitalizar diferentes regulamentações entre países e minimizar a supervisão do órgão regulador.
Além dos desafios óbvios de gestão do espaço orbital e riscos de colisão, há também preocupações ambientais. Outro estudo revelou que foguetes, estações espaciais e satélites "mortos" deixam vestígios de metal na atmosfera terrestre ao reentrar. Estes resíduos podem ter impactos ainda desconhecidos no meio ambiente e no clima.
O futuro do espaço ao redor da Terra parece estar caminhando para um cenário saturado. As implicações vão desde desafios técnicos e de gestão até preocupações ambientais. À medida que avançamos para uma era de maior dependência de tecnologias orbitais, é crucial que se adotem medidas para garantir uma coexistência segura e sustentável no espaço.
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