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Em um cenário de intensas negociações políticas, o destino do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse) permanece incerto. O programa, que surgiu como um baluarte de apoio ao setor de eventos durante a pandemia, agora encontra-se no centro de um debate político entre o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
A controvérsia gira em torno da Medida Provisória (MP) da reoneração, que inclui a proposta de revogação do Perse. Essa medida visa compensar as perdas de arrecadação decorrentes da reoneração gradual da folha de pagamento de 17 setores da economia. O impasse surgiu após uma reunião sem acordo entre Haddad e Lira, evidenciando as divergências políticas e econômicas que envolvem o programa.
Arthur Lira defende a manutenção de um acordo prévio, estabelecido em 2023, que alterou mas manteve o Perse. Esse acordo foi aprovado com apoio do PT, partido de Haddad. Por outro lado, o governo atual, representado por Haddad, argumenta que o custo do Perse superou os R$ 17 bilhões, excedendo a previsão inicial de R$ 4,4 bilhões anuais. Além disso, o governo aponta que o setor de eventos já se recuperou e continua em crescimento, e que houve abusos no uso dos incentivos do programa.
A discussão sobre o Perse não se limita à Câmara dos Deputados. O Senado também participa ativamente das negociações, considerando a revogação do programa como parte das discussões para manter a desoneração da folha de pagamentos até 2027. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) planeja se reunir com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para avançar nas negociações.
O futuro do Perse é mais do que uma questão econômica; é um reflexo das dinâmicas políticas atuais. Enquanto o governo busca equilibrar as contas públicas, enfrenta a resistência de setores políticos e empresariais que defendem a manutenção do programa. O desfecho dessa negociação será crucial não apenas para o setor de eventos, mas também para o cenário político e econômico do país.