Governo Descartou o Horário de Verão Para 2024, Mas Retorno Em 2025 é Possível

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O governo federal, por meio do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou que o horário de verão não será retomado em 2024. A decisão foi revelada em uma coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira, 16 de outubro. Apesar de uma análise criteriosa ter sido realizada, concluiu-se que a medida não é necessária para o ano atual. No entanto, a possibilidade de retomada da política em 2025 ainda está em aberto, dependendo de novas avaliações.

Análise técnica e impacto energético

O debate sobre a possível volta do horário de verão surgiu em meio à seca mais severa desde 1950. A seca levantou preocupações sobre a segurança energética, já que a política de adiantamento dos relógios tem como objetivo principal reduzir o consumo de eletricidade no horário de pico , especialmente entre 18h e 20h. Segundo Silveira, essa análise foi conduzida com "cuidado e zelo", sem influência política.

Em setembro, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) emitiu uma nota técnica informando que o retorno do horário de verão poderia aumentar a eficiência do Sistema Interligado Nacional (SIN). No entanto, outras medidas já estão sendo inovadoras para garantir a confiabilidade energética, incluindo o acionamento de termelétricas, que são mais caras, mas permitir ao atual cenário hidrológico.

Decisão técnica e não política

Silveira fez questão de ressaltar que a decisão de não retomar o horário de verão foi baseada em aspectos técnicos e não políticos. Ele afirmou que a decisão foi tomada consultas após e discussão com a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e o ONS, e que a responsabilidade final era exclusivamente do Ministério de Minas e Energia.

“Não é uma decisão política, é uma decisão técnica”, afirmou o ministro, destacando que o horário de verão foi instituído no Brasil por razões energéticas, e não econômicas. A medida visa otimizar o uso da luz natural, reduzindo o consumo de energia no início da noite, quando a demanda é maior.

Programa de Resposta à Demanda

Paralelamente à decisão sobre o horário de verão, o governo implementou o programa Resposta da Demanda (RD), que visa reduzir a demanda de energia nos horários de pico. Grandes consumidores, como indústrias, podem reduzir voluntariamente o consumo de eletricidade na troca de salários. Um processo competitivo foi realizado recentemente, com empresas sendo contratadas para reduzir o consumo de energia quatro vezes por mês, por quatro horas entre 18h e 22h, de novembro a janeiro.

Impacto econômico e adaptação de setores

Além da questão energética, setores como as companhias aéreas expressaram preocupações sobre o impacto da mudança no horário em seus planejamentos. As Empresas como a Azul afirmaram que uma adaptação imediata ao horário de verão exigiria pelo menos 45 dias para a reprogramação de voos. O CEO da Azul, John Rodgerson, afirmou que um planejamento antecipado é essencial para evitar transtornos operacionais.

Representantes do setor aéreo também apontaram a necessidade de pelo menos seis meses para que seus sistemas se adaptassem especificamente à mudança no fuso horário, uma vez que signifique ajustes nas operações, como horários de voos e conexões internacionais, seriam necessários.

Possivel retorno em 2025

Embora a medida tenha sido descartada para este ano, o retorno do horário de verão em 2025 ainda está em discussão. Silveira destacou que o governo continuará monitorando a situação energética do país e realizará novas análises no próximo ano. Caso as condições se justifiquem, o horário de verão poderá ser reinstaurado em 2025, sempre com base em critérios técnicos.

Essa decisão mantém em aberto a possibilidade de que o adiantamento dos relógios volte a ser uma realidade para os brasileiros, dependendo do cenário energético e das necessidades do Sistema Interligado Nacional.

Conclusão

O governo optou por não retomar o horário de verão em 2024, mas mantém a porta aberta para a possível volta da política em 2025. A decisão foi embasada em análises técnicas e levou em conta tanto a segurança energética quanto as necessidades de adaptação de setores econômicos . Para este ano, medidas alternativas, como o programa de Resposta à Demanda, foram adotadas para garantir a eficiência no uso da energia.

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