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Apropriação Predatória e Ecológica: Uma Reflexão sobre Crises Contemporâneas

Apropriacao Predatoria e Ecologica Uma Reflexao sobre Crises Contemporaneas

Tempo de leitura: 2 minutos

Frédéric Gros, filósofo e professor de teoria política, abordou em uma entrevista recente o conceito de apropriação predatória da propriedade privada e sua relação com as crises contemporâneas. A seguir, apresentamos um artigo que destaca os pontos mais relevantes dessa discussão.

Apropriação Predatória e Ecológica

Gros divide a apropriação em duas categorias: predatória e ecológica. A apropriação predatória é caracterizada por uma relação violenta e unilateral com a natureza e outros seres humanos. Essa forma de apropriação está associada a práticas como a exploração do trabalho escravo, a violência contra as mulheres e a colonização.

Por outro lado, a apropriação ecológica envolve uma relação íntima e recíproca com a natureza. Gros enfatiza a necessidade de aprender com os indígenas, que têm uma relação de interação, unidade e reciprocidade com a natureza. Essa forma de apropriação promove a sobrevivência e o futuro, e é vista como um caminho para a nossa coexistência harmoniosa com o ambiente.

A Crise da Modernidade

Segundo Gros, o pecado original da modernidade é a separação total do homem e da natureza. Essa separação levou a uma exploração abusiva e violenta do ambiente. A ideia de que o homem está separado e, portanto, superior à natureza, legitimou o projeto de dominação e exploração absoluta.

Democracia e Neoliberalismo

A entrevista também abordou a crise das democracias, associando-a ao neoliberalismo e à santificação da apropriação predatória. Gros vê uma grande massa de excluídos da democracia que, sentindo-se despossuídos, podem ser atraídos por regimes autoritários. Ele argumenta que a crise das democracias é também uma crise do neoliberalismo, onde a apropriação predatória foi elevada a um status sagrado.

Conclusão

A reflexão de Frédéric Gros sobre a apropriação predatória e ecológica oferece uma perspectiva profunda sobre as crises contemporâneas. Sua análise aponta para a necessidade de uma mudança radical na forma como nos relacionamos com o mundo, o próprio corpo e os outros. A aprendizagem com os indígenas e a promoção de uma apropriação ecológica e recíproca podem ser caminhos para uma coexistência mais harmoniosa e sustentável. Ao mesmo tempo, a crise das democracias e o surgimento de tendências autoritárias são questões urgentes que exigem uma reflexão cuidadosa e respostas eficazes.

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