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Nos últimos anos, as compras internacionais conquistaram um grande público no Brasil. Plataformas como Shein, Shopee e AliExpress se tornaram populares por oferecerem produtos a preços acessíveis, muitas vezes inferiores aos praticados no mercado nacional. No entanto, um relatório recente da Receita Federal revelou uma queda drástica nas compras internacionais em 2024, trazendo à tona uma questão crucial: o impacto dos novos impostos sobre o consumo dos brasileiros.
O Que Mudou nas Compras Internacionais?
Desde 2023, o governo brasileiro implementou medidas para aumentar a tributação sobre importações de pequeno valor. Antes, compras abaixo de US$ 50 eram isentas de impostos de importação, mas essa regra foi alterada. Agora, esses produtos são taxados, incluindo o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e a taxa do programa Remessa Conforme. Essas mudanças resultaram no encarecimento das compras internacionais, afetando diretamente os consumidores que recorriam a essas plataformas para economizar.
O relatório da Receita Federal indica que, embora as compras tenham caído 11% em 2024 em relação a 2023, a arrecadação do governo com tributos sobre essas compras aumentou em cerca de 40%. Esse dado demonstra que, mesmo com menos compras sendo realizadas, o governo tem arrecadado mais por conta do aumento da carga tributária.
O Peso dos Novos Impostos
Os consumidores notaram um aumento expressivo no custo final de seus pedidos. Um vestido que antes custava R$ 1 na Shein, por exemplo, passou a custar R$ 4,50 devido às novas taxas. Esse aumento é resultado da soma dos tributos aplicados a cada compra realizada em plataformas estrangeiras.
A partir de abril de 2025, a situação deve se tornar ainda mais onerosa. Segundo as novas diretrizes, produtos acima de R$ 300 estarão sujeitos a uma tributação de 100%, ou seja, um item que custa R$ 300 sairá por R$ 600 ao consumidor, considerando apenas os impostos. Para muitos brasileiros, esse cenário torna as compras internacionais inviáveis, levando à migração para o varejo nacional ou à redução do consumo.
Por Que Essa Medida Foi Implementada?
A justificativa do governo para o aumento da tributação está ligada à necessidade de equilibrar as contas públicas. De acordo com a equipe econômica do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a arrecadação precisa ser elevada para cumprir as metas fiscais estabelecidas pelo novo arcabouço fiscal.
Entretanto, muitos consumidores e especialistas em economia questionam se essa é a melhor solução. O argumento principal contra a medida é que ela impacta negativamente as classes mais baixas, que utilizavam essas plataformas para encontrar produtos a preços acessíveis. Além disso, há preocupações sobre o impacto na inflação e no poder de compra da população.
A Reação do Mercado e dos Consumidores
Com a nova tributação, varejistas nacionais como Americanas, Magazine Luiza e Casas Bahia têm se beneficiado da queda na concorrência com as plataformas internacionais. Essas empresas, que integram o Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV), defendem a taxação como uma forma de isonomia tributária, argumentando que as varejistas brasileiras estavam em desvantagem competitiva em relação às estrangeiras.
Por outro lado, consumidores têm demonstrado insatisfação nas redes sociais e em fóruns de discussão, criticando os aumentos e buscando alternativas para driblar a alta carga tributária. Algumas das estratégias incluem compras em grupo, aproveitamento de cupons e descontos, e até mesmo a busca por fornecedores nacionais que possam oferecer preços mais competitivos.
O Futuro das Compras Internacionais no Brasil
A tendência é que a queda nas compras internacionais continue nos próximos anos, especialmente com o aumento das alíquotas previsto para 2025. O governo sinalizou que novas medidas podem ser adotadas para reforçar a arrecadação, o que pode tornar ainda mais caro importar produtos de sites estrangeiros.
Enquanto isso, os consumidores terão que se adaptar a essa nova realidade, seja buscando alternativas no mercado nacional ou reconsiderando seus hábitos de consumo. O impacto econômico dessa mudança ainda será avaliado, mas uma coisa é certa: o Brasil passa por uma transformação no comércio eletrônico internacional, e os próximos meses serão decisivos para entender o real efeito dessas novas regras na economia do país.
E você, o que acha dessas mudanças? Acha que o aumento da tributação nas compras internacionais é justo ou prejudica os consumidores? Deixe sua opinião nos comentários e compartilhe este artigo para que mais pessoas fiquem informadas sobre essa questão crucial!
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