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O Brasil, conhecido por sua vasta biodiversidade e riquezas naturais, enfrenta um desafio crescente na gestão de resíduos sólidos. Recentemente, o professor Carlos Alberto Moraes, da Escola Politécnica da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), trouxe à tona uma preocupação significativa sobre a importação e exportação de resíduos no país.
O Problema da Importação Indesejada
Em sua pesquisa, Moraes descobriu que o Brasil tem permitido a entrada de resíduos que não são passíveis de reutilização. Esta situação tornou-se ainda mais facilitada após o governo Bolsonaro decidir zerar a alíquota para a entrada desses materiais, permitindo que resíduos descartados por outros países encontrem caminho fácil para o território brasileiro.
A Necessidade de Reciclagem
Apesar de ser um país com potencial para ser líder em práticas sustentáveis, o Brasil recicla apenas 3% de seus resíduos. Moraes enfatiza a urgência de investir em triagem e reciclagem, especialmente considerando que grandes volumes de materiais recicláveis estão sendo descartados em aterros sanitários. Esta situação não só agrava os problemas ambientais, mas também representa uma perda econômica, já que muitos desses materiais poderiam ser reintroduzidos na cadeia produtiva.
Desafios e Soluções
A gestão inadequada de resíduos não se limita apenas à importação. Muitos municípios brasileiros, incluindo grandes cidades como Porto Alegre, enfrentam desafios na implementação de políticas eficazes de coleta seletiva e reciclagem. A falta de educação ambiental e a ausência de infraestrutura adequada são barreiras significativas.
No entanto, a solução não é inatingível. Moraes sugere que a indústria, o comércio e o poder público invistam conforme a política nacional de resíduos sólidos de 2011. Esta política enfatiza a implementação da logística reversa e a responsabilidade estendida do produtor, garantindo que todos os envolvidos no ciclo de vida de um produto sejam responsáveis por sua gestão pós-consumo.
Conclusão
O alerta de Moraes serve como um chamado para a reflexão e ação. O Brasil tem o potencial e os recursos para liderar práticas sustentáveis e responsáveis de gestão de resíduos. No entanto, é essencial que haja vontade política, investimento adequado e conscientização pública para transformar esse potencial em realidade.
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